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Set 11

Tomei Café com a Morte...

 

Tomei Café com a Morte

Tive que enfrentar a Solidão

Quando adoeci com Câncer

Dia e noite sem parar

As dores e os medos imperavam

Foram duas operações delicadas num ano

Foram dias passados em desespero

Foram os efeitos secundários da quimio

Foram idas e regressos ao Hospital

Utilizando Autocarros e Metropolitano

Já que ninguém boleias me dava

Nem família

Nem amigos

Nem conhecidos

Nos intervalos das dores e da quimio

Tomei Café com a Morte

Porque ninguém comigo queria saborear um café

As noites eram passadas em completa insónia

As manhãs em terríveis maquinações

As tardes em soluços convulsivos

Nos intervalos das Noites das Manhãs e das Tardes

Tomava Café com a Morte

Porque ninguém comigo um café queria saborear

Nem família

Nem amigos

Nem conhecidos

Estava entregue a mim próprio por ninguém me amar

A Morte sim

Acompanhada dos seus acólitos

As dores e os medos

Estava ali sempre presente dia e noite sem parar

Tão duramente cega quase me segando a Vida

A minha amada Vida

De passado bem longe

De presente duramente envenenado

De futuro altamente duvidoso

Finalmente veio o veredicto  final

Fora dispensado por Deus e seus Anjos

De tomar Café com a Morte...

 

Marcolino Duarte Osório

- Peregrino -

2011-09-12

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 11:56
sinto-me: um vencedor bem feliz...!!!

Se o seu desabafo lhe diz respeito, lamento que não tivesse tido companhia nos momentos menos bons.
Sabe , embora de um modo menos agressivo, também eu passei por isso em Janeiro deste ano depois de uma operação onde me foi extraída a tiroide.
Depois fiz iodo radioativo e graças a Deus parece que vai tudo caminhando pela positiva.
No entanto, não tenho de que me queixar quanto aos apoios da família e amigos.
Cá vamos estando para dar uma mãozinha sempre que for necessário e possível e seja qual for a circunstancia
Abraço
Teresa a 12 de Setembro de 2011 às 15:34

Olá Teresa!
Não brinco com coisas sérias, nem alguma vez o fiz!
Foi durante o ano de 2009, que se passou este episódio, em que fui submetido a duas operações, Março e Setembro, e me foi extraido cerca de 1,30m, do intestino delgado. Foi um ano dificil, mas cresci até onde Deus me deixou chegar!
Abraço
Marcolino

É um herói, Marcolino! Tenho enorme admiração por si, pela sua coragem e inteligente entendimento dos acontecimentos. E respeito pela sua solidão.
Zilda Cardoso a 25 de Setembro de 2011 às 20:35

Zilda,
Grato pele seu elogio que, vindo de si, me enche de redobrada coragem!
Abraço
Marcolino

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