À noite na nossa Casa da Praia...
Desejava tanto poder dormir contigo
Noite inteira junto ao mar
Na nossa Casa da Praia
Sentir-te lânguida e doce no meu abraço
Como ficaste da nossa primeira vez
Entre o fogo e a água
Entre o prazer e o sono
Antes dos nossos sonos mergulharem profundo
Separando-nos um do outro
Perdendo-nos na imensidão dos mares do prazer
Nossos corpos unidos se estreitavam
Como se unos e indivisos estivessem
Acordei estremunhado
Sonhara que desejava dormir contigo
Sentia o teu perfume de mulher
Entranhado em todo o meu ser
Aspirei-o longamente
Meu corpo por inteiro se relaxou
Sentindo-te aninhada no meu peito
Suspiraste demoradamente
Beijei-te os lábios ao de leve
Senti-os húmidos como o mar
Brandos como as doces brisas
Onde as gaivotas volteiam preguiçosas
Escrevendo no azul dos céus
Amo-te muito
Segredei-te mansamente ao ouvido
Que estava frio chegado das ondas do mar
Suspiraste de novo
Segredaste-me em murmúrio
Peguei em ti ao colo
Pousei-te no nosso leito de amor
Cobri teu desnudo corpo com o lençol
Aninhaste-te de novo em mim
Mergulhei contigo no mundo dos sonhos
Manhã cedo
O rei sol já seco erguido do mar
Inundou de calor a Casa da Praia
Com os seus sorrisos luminosos
Lá fora as gaivotas dançavam à brisa
Cantando poemas de amor
Anunciando um dia quente e sem brumas
Águas cristalinas preguiçosas e quentes
Deram-me os bons-dias em uníssono
Convidando-me a deixar-me envolver
Pela sua transparência sem peso
Marcolino Duarte Osório
- Peregrino -
2010-02-09