06
Mar 10

Chovia...

 
Chovia copiosamente
Assomei à porta
Via do céu jorrarem bátegas
Caindo em cima dos carros
Com aquele enorme barulho
Semelhante a das areias
Aquelas areias grossas
As areias de aluvião
Lançadas por mãos expeditas
Por cima das chapas de zinco
Vindos de Sul
Os clarões iluminavam
Esta bela noite lisboeta
Transformavam em fantasmas
Prédios e casas
Candeeiros e árvores
Que fugiam espantados
Com o ribombar dos trovões
Suspirei
Olhei para mim mesmo
Imaginei-me outrora
Dentro do meu carro
Abrindo caminho
Dentro das bátegas de água
Como se sulcasse mares imensos
Em busca do meu pecúlio
Para aos meus sustentar
Dando-lhes
Cama mesa roupa vestida
Para que um dia
Bem mais tarde
Se recordassem de mim
E das minhas longas ausências
Não como um aventureiro
Mas sim como um pai obreiro
 
Marcolino Duarte Osório
- Peregrino -
2010-03-06
publicado por Marcolino Duarte Osorio às 02:52
sinto-me: muitissimo feliz...!

Olá, Maria José!
Bem vinda, de novo, a este cantinho, como tão bem o apelida. É o meu refugio, contando coisas e loisas, dos nossos quotidianos. Passe sempre que desejar e deixe o seu comentário!
Abraço
Marcolino
©Marcolino Duarte Osorio a 11 de Março de 2010 às 08:37

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