Um novo Dia...
A noite cansada deita-se
Cai no seu sono profundo
As sombras escondem-se
A alvorada dilui-se
O azul-escuro
Torna-se rosa tímido
Numa mescla de ambos
Rosa e laranja
Sem que qualquer deles vença
O dia acorda languido
Ressurge preguiçosamente
Acordam os sons
A Vida vai-se espreguiçando
Olho lá para fora
Um azul profundo e luminoso
Uniforme e sem nuvens
Dá formas e cores
Ao longo de todo o vale
As Lezírias de Loures
Tocadas pelos primeiros calores
Dos abraços deste nascer do sol
Emanam lânguidos vapores
Autenticas cortinas translúcidas aqui
Suavemente transparentes por ali
Uma mescla do esconde mostra acolá
É a sinfonia das neblinas matinais
Esta noite esteve quente
Tão quente que tudo e todos cansou
O Verão vai para lá de meio
As férias estão no seu término
À ausência da Realidade diária
Vai-lhe roubando lugar
Vai-se instalando inexorável
Toda ansiedade latente
Adormecida nestas férias
Preocupações antecipadas renascem
Acordam do seu sono letárgico
Como por encanto
Aquela alegria nos rostos humanos
Vai-se desvanecendo
Tornando-os cansados e preocupados
Foi um sonho de dias
Foram dias longe das agruras
Há que acordar
Há que re-erguer
Há que reiniciar caminhadas
A Terra continua a girar
O Tempo não para
Nem espera pelos que ainda estão de férias
Marcolino Duarte Osório
- Peregrino -
2010-08-21