01
Jan 13

 

Porquê um Adeus...

 

Porquê um adeus

Se nada ainda terminou

Foi apenas uma mudança de data

Foi apenas mais um ano

Foi apenas mais um dia

Como todos os dias acontece

Ao Sol poente

Acontecem encontros de amor

Lá vem a Lua indiscreta e sensual

Com seu piscar de olhos e sorriso misterioso

Avisar-nos que chegou a hora de voltarmos a amar

Corpos enlaçados suados e cansados

Abandonam-se sob o manto do céu estrelado

Aqui e ali riscado por estrelas cadentes

Bom augúrio para os belos amantes

As folhas do calendário

Nunca se refazem apenas são deitadas fora

As noites de grandes amores

Jamais se deitam fora

Apenas se refazem em pleno dia

Para ao brilhar das primeiras estrelas

Regressarem à volúpia dos abraços

Dos eternos amantes enlaçados suados e cansados

Voltando a amar-se sob o manto do céu estrelado

Até que o Rei Sol reapareça e as estrelas se escondam

Senti-me recortar teus lábios com os meus

Senti nos teus o calor do nosso desejo

Enlacei-te com vontade de te amar profundamente

Vacilaste

Cingi-te mais a mim

Afastaste-me

Deixei de sentir teus firmes e doces seios no meu peito

Nossos lábios se afastaram

Teus dedos dos meus se largaram

Dos meus olhos grossas lágrimas rolaram

Meu Deus

Porquê um adeus assim tão desesperado

Se nada ainda terminou

Para mim foi a redescoberta do amar alguém

Será que para ti foi apenas uma aventura

Medo da redescoberta da mudança da noite para o dia

 

Marcolino Duarte Osório

          - Peregrino -

          2013-01-01

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 13:31
sinto-me: bem feliz!

28
Out 12

 

Pesadelo…

 

Pesadelo

Acordei a tremer

Camisola do pijama encharcada

Foi um daqueles pesadelos

Que premonição parecia ser

Acendi a luz da mesinha de cabeceira

Olhei em redor atarantado

Desejava levantar-me mas não conseguia

Revi mentalmente aquele pesadelo

Meio assustado por me parecer que te vi

O teu cheiro de nené ainda persistia

No teu rostinho de menina traquina

Brilhavam duas contas grandes e brilhantes

Pareciam mesmo os teus lindos olhos

O sorriso era eternamente o teu

Chamei pelo teu primeiro nome

Estendi-te os meus fortes braços

Respondeste que terias que seguir com a tua Vida

Que o Tempo do Tempo do Tempo do Teu Tempo

Havia chegado ao seu final

Deixa-me abraçar-te supliquei

Respondeste-me que um dia me abraçarias

Mal eu chegasse ao Lado de Lá

Levantaste a tua doce mãozinha

Acenaste-me vivamente

Acenaste-me sorridente

Acenaste-me revelando-me que sempre me amaste

Acenaste-me dizendo-me que era hora de partires

Acenei-te também

Muito triste vi-te sair a caminho do Infinito

Desejei erguer-me da cama

De cima da mesinha de cabeceira caiu um bibelot

Um pratinho que me ofereceste no dia Do Pai

Nele estava escrito a azul «Pai Preciso Muito de Ti»

Olhei para o soalho e fiquei aterrorizado

O pratinho partira-se em três pedaços iguais

Um era meu

Outro era da tua maninha

E o terceiro era da tua mãe

Peguei nos três pedaços

Coloquei-os sobre a mesinha de cabeceira

Desejando que voltassem a unir-se

Apaguei de novo o candeeiro

Voltei adormecer

Manhã cedo mal acordei

Olhei para a mesinha de cabeceira

Onde tinha colocado os três pedaços da tua prendinha

No lugar deles estava apenas uma grande lágrima

Lágrima de uma saudade sem limites

Dentro dela estava escrito

«Obrigado por me teres perdoado»

Tentei pegar nesta grande lágrima de cristal

Mal lhe toquei

Em miríades de pedaços se desfez

 

Marcolino Duarte Osório

          - Peregrino -

          2012-10-28

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 02:30
sinto-me: dá-me noticias tuas...!

27
Out 12

 

A hora vai mudar…

 

A hora vai mudar

Meus dois relógios

O de parede e o de pulso

Ao dar-lhes corda

Aos seus dois ponteiros movimentei

Para as suas novas posições

Não tenho que me preocupar

Com os outros dois relógios

O deste computador

E o do meu Televisor

Esses serão actualizados automaticamente

Não são relógios meu corpo e min’ alma

Estão sempre síncronos em tempo

Na hora disto daquilo daqueloutro

São um todo sem ponteiros de marcar horas

Minha vida não regride nem avança

Meu coração bate-bate

Ou docemente

Ora intranquilo

Ou inconformado por não ser amado

Ora síncrono com os demais

No bater do seu dia-a-dia

Mudanças horárias nele

Parece nunca terem existido

Foi o inexorável Tempo

Que dele se apoderou

Em cansaço e tristeza

Olho-o com doce carinho

Positivo-o a prosseguir

Mimo-o

Acaricio-o

Encho-o de afectos

Animo-o a prosseguir

Ele olha-me pleno de cansaço

Exausto pedindo-me complacência

Com medo de me ofender

Vá lá coração pleno de amor Peregrino

São apenas mais umas etapas

Algures mais umas metas volantes

Não desistas agora que há ainda muito para viver

Ainda há muito amor para dares e receberes

Tantos afectos reprimidos

Que tens de os soltar agora

Quantos rostos não receberam o teu beijo

Quantas lágrimas deixariam de rolar com o teu amor

Quantos abraços não deste reprimindo-te

Anda

Não voltes a inibir-te

Deixa teu corpo redopiar na melodia da tua alma

Não pares

Não te tornes programável

Não tens que adiantar nem atrasar a tua hora

Estarás sempre a tempo se agires

A hora vai mudar…

 

Marcolino Duarte Osório

       - Peregrino -

        2012-10-27

 

 

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 23:13
sinto-me: na mudança da minha hora...!

20
Ago 11

 

A Jornada Mundial da Juventude 2011...

 

A Jornada Mundial da Juventude 2011

Realiza-se em Madrid com a presença do Papa

Desejada por mais de um milhão de presentes

Contestada com violência física e verbal torpes

Por uma minoria primária anti-igreja Católica

Fazendo recordar os acontecimentos contestatários

Numa das mais belas praças de uma Madrid Democrática

Fez-me escrever estas curtas linhas

A Juventude foi sempre presa fácil nos momentos de crise

Necessita de ser Protegida Amada e Apoiada

Para que não seja contaminada pela Ira e pela daninha Revolta

Habilmente manobradas por mentes primárias e doentias

Haja Paz

Haja Amor Fraternal Universal

Haja uma Partilha constante dos Ideais bem Construídos

Alimentos primordiais para um são convívio entre Humanos

Nesta época de de crise da Paz do Amor e da Partilha

 

Marcolino Duarte Osório

- Peregrino -

2011-08-20

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 13:11
sinto-me: Feliz...!

22
Jul 11

Imagem recolhida na Internete

 

Se eu soubesse ser Poeta...

 

Se eu soubesse ser Poeta

Descreveria toda a tua beleza com palavras

Em vez de a desenhar com rabiscos

Ou fixa-la na minha máquina digital

Se eu soubesse ser poeta

Dir-te-ia quanta formosura me mostras

Descrever-te-ia quanta beleza encerras tu

Seria capaz de as desenhar num quadro a sós

Quando acordasses manhã cedinho

Sob os meus beijos doces plenos de amor

Desejando dar-te o melhor do meu eu por ti

Beijar-te-ia os olhos docemente

Afagar-te-ia as faces com beijos mornos

Saborear-te-ia de cima abaixo um a um

Com beijos quentes e demolidores

Da frieza das tuas emoções reprimidas

Se eu soubesse ser Poeta

Ter-te-ia tido para sempre eternamente

Como o meu Amor sempre presente

Como aquela a quem sempre desejei amar

Naquele mundo de de pensamentos em turbilhão

Como torrentes incandescentes de amor sem fronteiras

Se eu soubesse ser Poeta

Em vez de te descrever como o tenho estado afazer

Viver-te-ia para sempre dentro e fora de mim

 

Marcolino Duarte Osório

- Peregrino -

2011-07-22

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 01:29
sinto-me: decoração pleno de amor...!

18
Mai 11

 

Esta noite sonhei bom...

 

Esta noite sonhei bom

Sonhei com a minha terra

Sonhei que tinha chegado lá

Depois de muitos anos fora

Senti forte no meu nariz

O doce cheiro das pessoas

Ouvi forte nos meus ouvidos

Suas conversas de exclamações

Sentei na mesa com eles

Comi com as mãos braquelas

Fuba

Galinha

Óleo de dendê

Quiabos

Bebi Catembe

Me deram um pedaço de ananás

Levantei da mesa do quintal

Fui na loja do musseque beber café

Fumei um coche de liamba

Ri e falei com os meus irmãos

Cada vez mais arto

Porque cada um se queria fazer ouvir

Todos tinham direito de falar e preguntar

Aquele barulho ainda era muito pra meus ouvidos

Lhes disse adeus

Ouvi suas risadas de alegria

Com parmadas amigas nas minhas costas

Entrei na minha casota

Pequenita mas grande de amor

Amor da minha doce mulata a minha espera

Já fazia tempo de mais

Seu sorriso grande estava ali a minha espera

Não precisava falar seus olhos redondos diziam tudo

Seu corpo magro estava ali me convidando

Seus peitos com vontade de inchar

Quebravam barreiras das idades pra filho fazer

Nossos cheiros se misturaram

Nossos beijos cobriam nossos corpos sem parar

Com saudade de fazer muito amor

Nossos corpos se molharam e se cansaram

Ficamos ali juntinho um ao outro

Ela dormindo no meu peito

Eu sentindo sua moleza da sua entrega por amor

Ela cada vez estava mais agarrada a mim

Quem dizia que eu era já velho

Ela gritava de força toda

Sim ele é velho ... mas é o meu velho

Seus merdas...

O velho que eu amo o pai do meu filho

Chegava-a para mim ternamente

Afagava-lhe aquela barrigona grande demais

O nené sentia minha mão ... a mão do seu pai

Se mexia tranquilamente de contentamento

A minha amada a Maria Pequena

Segredava-me sorrindo

Este vai ser iguarzinho a ti

Ele vai ser malandro como tu...

 

Marcolino Duarte Osório

- Peregrino -

2011-05-18

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 04:27
sinto-me: bem feliz

17
Mai 11

 

 

Esta noite falei com Deus...

 

Esta noite falei com Deus

Porque me viu preocupado

Mais do que isso

Achou-me invulgarmente triste

Perguntou-me porque assim estava

Chorei-lhe dos meus amores impossíveis

Suspirou lentamente

Olhou-me olhos nos olhos

Envolveu-me com o seu doce abraço

E disse-me

Meu querido Peregrino

Ele há milagres que jamais poderei operar

Porque só os aceitarão de vontade aberta

Todos aqueles que a isso estiverem predispostos

Vamos lá por partes

Será que estas a amar quem amar não te deseja

Solucei-lhe que sim

Então meu Bom Homem

Coloca-te no lugar de quem amar não te quer

E olha bem o sofrimento que lhe vai na Alma

Sofrimento também espelhado no seu doce rosto

Medita bem se desejavas sentir-te desta forma

Sofrer porque te querem obrigar ao que não desejas

Um forte arrepio percorreu meu velho corpo

Senti-me mal da cabeça aos pés

Meu corpo estremeceu do novo

Sacudido fortemente pelo sentimento da rejeição

Agarrei-me a Ele e pedi-lhe então para me ajudar

Que fizesse em mim o Milagre do Amor Verdadeiro

Sabes o que me estás a pedir questionou-me

Não sei mas pressinto que seja o melhor para mim

Vou dar-te o Dom de te amares acima de tudo e todos

Amando-te assim desta forma Divina

Jamais voltarás a sentir vontade de amar

Quem amor não sente por ti

Sentir-te-ás um bem amado por ti mesmo

A tal ponto isso te acontecerá

Que de bens e pessoas jamais necessidade voltarás a sentir

 

Marcolino Duarte Osório

- Peregrino -

2011-05-17

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 05:46
sinto-me: de coração pleno de felicidade

16
Jan 11

 

Ao folhear minhas memórias...

 

Dei com esta fotografia

De um Templo daqueles tempos

Já passados

Eu e a minha filhotinha mais nova

Reguilita como só ela

Crescia em afetos comigo

Desafiava-me sempre que lhe apetecia

Corria à minha frente

Rindo alto de felicidade constante

Sempre tivemos um segredo mútuo

Falávamos em silencio um com o outro

Bastava-nos trocarmos olhares

Sabíamos aquilo que queríamos

Como estás bem longe

Resolvi fazer este post

Alusivo ao nosso anterior Tempo

Daquele Tempo

Do Tempo dos nossos tempos já idos

De uma das páginas das nossas memórias

 

Marcolino Duarte Osório 

- Peregrino -

2011-01-16

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 01:14
sinto-me: que te amo cada vez mais...!

13
Jan 11

 

Amas Gémeas...

 

Encontraram-se

Olharam-se

Sentiram aquele clique

Digno das Almas Gémeas

A Alma dele sentiu-se acordada

A Alma dela tremelicou as pestanas

Ambas as Almas se deram a conhecer

Juntaram-se ternamente

Fizeram múltiplas juras de amor

Tal foi a sua Força de Amar

Que três lindas Alminhas deles nasceram

Aquelas três Alminhas iam crescendo

Cuidadas diariamente

Quer pela Alma dele

Quer pela Alma dela

As Alminhas iam amadurecendo

Crescendo em abundância de afetos

Todas as três seus novos Caminhos seguiram

Um dia

A Alma dela chegou a casa meio exausta

Papeis desalinhados numa das mãos

Nem um beijinho à Alma dele se lembrou de dar

Entregou-lhe todos os papeis atabalhoadamente

Para que a nobre Alma dele os lesse e assinasse

A Alma dele ficou perplexa com o que lia

Virou-se para a Alma gémea e perguntou-lhe

Oh meu amor feita Alma Gémea da minha

Que te deu para de mim te divorciares

A Alma dela

Olhando-o com a franqueza de gente medrosa

Respondeu-lhe que que se havia enganado

Finalmente havia descoberto

Que a Alma dele não seria assim tão gémea da dela

Por isso pegando em armas e bagagens

Resolveu mudar-se para outras bandas

Deixando toda uma vida de mentira

Que até ali havia levado

Com a bondade e conivência da sua Alma Gémea

Os anos passaram lestos

Hoje encontrei a Alma que protagonizou esta história

Convidei-a a tomar um café sentados à beira-rio

Falou-me de si e dos netos

Disse-lhe de mim e de todo o meu trajeto

Que a meio do meu percurso resolvera mudar de trem

Porque bem vistas as coisas com a fome de liberdade

Com o meu casamento nunca me havia dado lá muito bem

Ela riu-se

Tremelicou muito as pestanas

Senti-me audaz

Convidamo-nos de olhares profundos um no outro

A desfrutar uma noite de frio Inverno

Manhã cedinho mal acordei dei comigo sozinho

Mas num quarto que não era o meu

A meu lado apenas um lugar vazio e perfume de mulher

Um bilhete jazia em cima da almofada a meu lado

Coloquei os óculos

Pensativo li-o entristecido

Passei pela receção para pagar a conta

Estava já saldada

Apanhei um táxi rumo a casa meio pensativo

Olhando vagamente a paisagem que deslizava a meu lado

Uma voz de mulher perguntou-me

É aqui que o senhor fica...

Aquela voz era-me familiar

Acordei sobressaltado

Abri novamente os olhos

Afinal nem tinha saído de casa na véspera

Adormecera na sala de estar

E acabei por sonhar com esta estorinha

 

Marcolino Duarte Osório 

- Peregrino -

2011-01-13

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 23:56
sinto-me: contador de estórias...!

06
Jan 11

 

Olhei-te hoje...

 

Passados quase uma vintena de anos

Nessa altura tinhas o rosto sem sulcos

Até hoje deixaste-o sulcar pelas tristezas

Olhei tuas nãos

Nessa altura doces e macias como veludo

Hoje deixaste-as descurar até envelhecerem

Toquei-as ao de leve olhando-te nos olhos

Permitiste-me que nelas tocasse

Entre minhas mãos as aqueci

Fizeste-me um doce sorriso

Em vez dos teus outrora lindos lábios

Beijei ao de leve tuas martirizadas mãos

Que ainda conservam a sua doce macieza

Não te dei a saber nada

Nossos olhos se falaram como dantes o faziam

Senti teu olhar descansar

Pedindo-me tranquilamente para me ausentar

Olhei-te hoje

Que Deus te proteja sempre

 

Marcolino Duarte Osório

- Peregrino -

2011-01-06

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 02:57
sinto-me: que fiquei bem feliz...!

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