Logo pela manhã…
Logo pela manhã
Calcorreio certas ruas do meu bairro
Para esticar as pernas já mais que usadas
Paro no meu café
Sento-me na esplanada ao frio
Onde beberrico a minha bica
Condimentada com uma cigarrada
Olho em volta distraidamente
Recebo de quem passa os bons dias
De imediato retribuo
Com um sorriso e um acenar de mão
Pelo chão um bando de pardais
Luta pelos grãos de pão e bolos
Chilreando alegremente aos meus ouvidos
Entre eles seus chilrreios são admoestações
Pela posse dos poucos grãos restantes
Sorrio-me intimamente com tal cenário
Num repente perpassa-me pela memória
Certas cenas dos irmãos sovietes
Que também disputam entre si
Duas grandes migalhas de trerreno
Em vez de patriotas
Tornam-se algozes uns dos outros
Até que a lei da morte os vá separando
Marcolino Duarte Osório
- Peregrino -
2014-03-06