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Nov 12

 

Dia dos Visitadores...

 

Dia dos Visitadores

Dos entes queridos já partidos

Que só após a sua morte

Têm honrarias

Campas

Jazigos

Gavetas

São limpos ao pormenor

Quer chova vente ou faça sol

Nelas depositam

Flores em uni-dose

Ramos de flores

Coroas de flores

Castiçais com velas

Em silêncio se quedam

Deixando desfilar nas suas mentes

Memórias invisíveis

Que lhes despertam sorrisos discretos

Ou fazem correr lágrimas pelas suas faces

Suspiram

Benzem-se

Voltam costas

Regressam às suas casas

Cientes de que cumpriram um dever sagrado

Dois dias passados se lá regressarmos

Dá dó ver tanta flor pelo chão

Flores murchas

Castiçais tombados com velas apagadas

Homens da limpeza de vassouras em punho

Juntam aquelas peças do puzzle de uma devoção

Lançam-nas nos carrinhos do lixo

Para serem levadas para as Lixeiras Municipais

Onde serão consumidas pelas incineradoras

O céu vai clareando

O rei sol aparece quente e sorridente

Até as pedras dos jazigos de deleitam

Já que os mortos

No seu silêncio eterno

Nem flores

Nem velas

Nem sol

Conseguem agradecer

Toda a nossa presença

No Dia dos Visitadores

 

Marcolino Duarte Osório

          - Peregrino -

          2012-11-03

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 03:48
sinto-me: Rei-Sol...!

Como tem estado essa saúde Marcolino?
Desculpe a minha ausência... mas nem vale a pena falar do tempo em que corremos, das coisas que fazemos porque têm que ser, porque está agendado, porque como diz e bem, é dia de finados, ou dia de apresentar um trabalho, ou de mais uma reunião, ou... e o tempo vai passando... Espero que esteja bem de saúde e que continue a escrever neste seu espaço.
Beijinho amigo,
Isabel
Isabel Maia Jácome a 21 de Novembro de 2012 às 16:47

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