Pelas madrugadas…
Pelas madrugadas
Ela entra de mansinho
Sem pedir licença de pernoita
Instala-se à sua maneira
Teimosamente egoísta
Cabeça desperta
Olhos bem abertos
Minha mente vagueia
Aqui ali e acolá
Sempre em busca de algo novo
Desejando esquecer
Que a velha insónia não arreda pé
Quanto mais velho
Mais ela me ama incondicionalmente
Transforma minhas noites de descanso
Em autênticos pesadelos
Mal o Rei Sol aparece
Lá vem o meu sacrificado sono
Levanto os estores
Deixo a luz do dia entrar
Acomodo-me sob o edredão
Adormeço tranquilamente
Pelas madrugadas
O meu medo de morrer sozinho
Entra de mansinho
Sem pedir licença de pernoita
Instala-se incomodativamente
Não me deixando dormir tranquilamente
Marcolino Duarte Osório
- Peregrino -
2013-01-16