Um Juiz Arrependido...
Porque se deixou influenciar
Porque se deixou desumanizar
Errou na sentença
Só porque não foi com a cara
E com os sentimentos legítimos
De quem
Por Amor
Acolheu uma criança de 17 meses
A tratou como filha do seu sangue
Lhe deu Pão e Educação
Qualquer pessoa
Progenitor pode ser
Procriador será mais bem aplicado
Ele desde que seja o Dador
Do tal de Espermatozóide
Ela desde que seja a a Receptora
Com o tal de Óvulo
Mas um filho
Para os Procriadores
Será sempre uma eterna dor de cabeça
Há que expor o Nené
Às Intempéries
Às Doenças
Ao Alcoolismo induzido
À falta de Afectos
À Agressão Fisica sistemática
Para depois o ver morrer num repente
Para alívio dos Progenitores
Menos um entrave
Feito de Responsabilidade
E também Superior alívio para a Criança
Mais uma que deixou de sofrer
Em tempos passados
Existiu no Porto
Um Magistrado
Uma Figura Humanizada
Que cuidava e Velava
Dos frutos dos desmandos sexuais
Tornados Enjeitados
Cognominado Pai-de-Meninos
As coisas tomaram o Rumo Errado
Crescia a olhos vistos
A quantidade dos Enjeitados
Surgiram Obras Humanas
Feitas por mais Pai-de-Meninos
Padre Américo
Aboim Ascensão
Centenas de Outras
Bem perto deste local
Onde vivo e de onde vos escrevo
Existe também uma Casa do Gaiato
Que sobrevivem do Mecenato sem Rosto
E que tratam estes Enjeitados
Como Gente
Como Seres Humanos
Que lhes dão Paz Pão e Educação
Preparam-nos para a Vida
Desenvolvem-lhes o sentido
Da Solidariedade
Da Partilha
Do Amor Fraternal Universal
A todos eles é-lhes ensinada uma Profissão
Qualquer que ela seja
Desde que exista quem os apoie...
Exmo. Senhor Doutor Juiz
Agradecia a Vossa Excelência
Da próxima vez
Quer existam crianças de permeio
Quer não
Quer sejam Crimes Passionais
Quer sejam Crimes de Violência Doméstica
Quer sejam Crimes de Furto
Quer sejam Crimes de Morte
Lembre-se daquele ditado:
Quem vê Caras, não vê Corações...
Se Vossa excelência
Imparcial nunca foi capaz de ser
Então demita-se
Da sua Função de Ajuizar
Parece-me que aí pousou
Mais por Vaidade
Passe as suas Pastas a Outro
Bem mais Humano
Nunca será a sua Confissão Pública
A todos nós
Nunca será a sua Confissão Particular
Ao Padrecas da sua Paróquia
Que irá transformar
Como por artes Milagreiras
Os seus Erros em Virtudes
Deixe de ser Carrasco!
Marcolino Duarte Osório
- Peregrino -
2009-05-29