A minha Velhice...
Sou um Velho
Mas daqueles velhos
Que sabe de onde veio
E até onde pode ir
Sem importunar família
Sem importunar amigos
Sem importunar conhecidos
Desejando ser sempre
Autónomo
Independente
Quão velho serei eu
Minha vida é um puzzle
Puzzle de vivências diárias
Onde cada dia é uma pecinha
Pecinha colorida
Que se encaixa bem certinha
Dentro das suas medidas
Nas pecinhas anteriores
Quantas peças tem já o meu puzzle
Tantas quantas os dias de cada ano
Vezes sessenta e sete calendários
Desde quando a este Mundo vim
Adoro a minha Velhice
Amo todos os que me rodeiam
Incluindo os que dizem veementemente
Que meus amigos nunca o foram
Quiçá jamais o desejem ser
Nunca me senti excluído
Nunca me senti sobrestimado
Vivo sem passado
Porque a isso me determinei
Para assim poder ser um velho
Bem capaz de entender
Os jovens e as suas vivências actuais
A mim mesmo me tenho dedicado
Aos outros
Pela minha acção no Voluntariado
Sonhador à fotografia me dedico
Porque amo o que me rodeia
Como passatempo a tempo inteiro
À minha doce velhice me tenho dedicado
Marcolino Duarte Osório
- Peregrino -
2009-10-14