Um dias destes...
Estava entretido a viajar pela TV quando me deparei com parte de um programa dedicado aos Filhos de Pais Divorciados.
Tive pena de não poder estar acompanhado pelas minhas duas filhas para que vissem e ouvissem uma das jovens de 15 anos a discernir sobre as chantagens de que foi vitima tanto por parte do pai como, posteriormente, por parte da mãe.
Dizia ela que prestava o seu testemunho a fim de se acabar com o medo dos progenitores, principalmente aquele que fica com os filhos, tanto seja o pai como seja a mãe, de se verem sem os filhos porque estes filhos jamais deixam de amar a ambos, pai e mãe, de igual forma, mas como quem ficou com eles faz chantagens emocionais de tal forma que os obrigam a separarem-se do outro progenitor, dando origem à chamada Alienação Parental.
Dizia ela que ambos, pai e mãe, nas suas guerras psicológicas movidos pelos seus medos de ficarem sem os filhos que, por cansaço de tanta agressividade, entre pai e mãe, movidos apenas pelo egoísmo de quererem apenas para si os filhos de ambos, acabariam por escolher viver com a outra parte, mesmo que não tivesse a mesma capacidade económica do outro, porque acabam sempre por prejudicar o equilíbrio emocional dos filhos que podem, inevitavelmente, transportar, carregar, vida fora, o tão pesado fardo da falta de amor-próprio dos pais que os desmotivará, mais tarde, a desejarem casar, ou mesmo juntar a alguém, para constituir uma família equilibrada!
Extremamente lúcida, esta menina de 15 anitos, com a sua vivência, acabou por nos dar uma lição de moral, tocando fortemente num ponto até hoje nunca trazido a lume: O medo gerado pelo ciúme quiçá falta de confiança em si próprios, gerador destas guerras sem cessação que só, e apenas, prejudicam os filhos, e vindouros, e a mais ninguém.
Marcolino Duarte Osório
- Peregrino -
2009-11-18