Sábado, por etapas...
Depois de uma manhã preguiçosa, passada às compras, numa das grandes superfícies, dos arredores do Porto, deitamos mãos à obra, eu e as minhas filhas, para confeccionar umas belíssimas Tripas à Moda do Porto, bem apaladadas, daquelas que sabem a pouco..., mas bem acompanhadas com Frei João, tinto, evidentemente...!
Depois de almoçarmos, devidamente refastelados, cada qual em seu lugar, servimo-nos da Nespresso. Para ter um mínimo sabor a café genuíno, resolvi optar pela cápsula da embalagem negra.
Minha filha mais velha estendeu-me um grande balão aquecido. Aspirei os vapores que dele emanavam, rejubilei, porque aquele néctar, era um dos meus preferidos: O Cognac Courvoisier Napoleon...!
Tinha o meu neto sentado do meu lado esquerdo, bem aninhado, debaixo do meu braço. Minha filha pediu-nos para darmos um jeito, e sentou-se do meu lado direito e assim ficamos, em trilogia, conversando amenamente.
A dada altura, meu netito, perguntou-me se o acompanhava à catequese, para depois assistirmos, ambos, à missa dos jovens. Respondi-lhe de imediato que sim!
Minha filha mais nova, e a minha mais velha, não esconderam o ar da sua perplexidade perante esta minha atitude. Mais tarde, sem o garoto ouvir, e ver, desejaram esclarecer se me havia convertido do Agnosticismo ao Cristianismo.
Sorri-me, e lembrei-lhes, que o hábito nunca fez um monge e que, como homem decente, respeitador das suas opções religiosas, não estava para desiludir uma criança de 10 anitos, ainda no começo do Catecismo, já com a Primeira Comunhão feita. Ele teria tempo de sobra, vida fora, para se aperceber, por ele mesmo, dos dislates da santa madre igreja e poder optar, em plena liberdade religiosa, sem qualquer influência da parte deste avô, que soube sempre assumir-se, mas nunca ousou ferir susceptibilidades, quer religiosas, quer politicas, da família, dos amigos e de terceiros!
Próximo da hora da Catequese, Levamos o rapaz à Igreja. Pelos corredores encontrei um velho amigo de juventude, o Frei Custódio. Com um forte, e fraternal abraço, nos saudamos. Perguntou-me ao que ía. Respondi-lhe que ía acompanhar, aquele meu netito, à sua aula de Catequese.
Enquanto decorria esta aula do meu netito, pedi, às minhas filhas, para irmos visitar o Jazigo de Família, onde repousam os restos mortais da sua mãe, minha ex-mulher. De mãos dadas, ladeado por ambas, como sempre fazemos, nesta romagem de singela homenagem, a quem nos encheu os corações de amor e muitíssima alegria, rezamos uma curta mensagem, pela sua benéfica presença, nas nossas vidas!
Regressamos de novo ao templo. Finda a Catequese, o meu neto, veio a correr para junto de nós e, em quarteto, ficamos assistir à Missa dos Jovens.
A cerimónia não custou a passar, porque aquelas jovens vozitas, plenas de santa inocência, acompanhadas por duas violas, davam uma alegria muito especial aquele momento solene.
De regresso a casa, iniciei o meu netito nos rudimentos da programação. Num ápice apreendeu tudo o que lhe ensinei, e já colocou a rodar, no seu computador, um pequeno estudo, de um site pessoal, de internete. Esta juventude, aprende rápido, estas coisas modernas. O conteúdo do site, o número de páginas, ele irá decidir, durante a semana, fazendo um organograma de conteúdos, para depois o racionalizar, e construir aquilo que mais desejar fazer, como página pessoal.
Depois de um almoço tão pesado resolvemos fazer um jantar ligeiro. Agora, aqui estou de novo, descrevendo este belíssimo sábado, passado em família, com as duas filhas, genros e netos.
Amanhã é domingo. As saudades começam a fazer das suas. Mas há mais umas horas para nos divertirmos, convivermos, em família!
A vida não pára, só a morte nos separará de novo!
Marcolino Duarte Osório
- Peregrino -
2010-03-20