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Mar 11

 

Gosto de te olhar...

 

Gosto de te olhar

Quando à janela chego

Meu olhar se espraia sem fim

Por esta paisagem das lezírias

Outrora Celeiro de Lisboa

Hoje em dia

Viveiro de bairros periféricos

Plenos de dilemas e desajustes

Mas eu que já aqui tive o meu quinhão

Olho-te com eterna ternura

Aquela ternura silenciosa

Que só aos Velhos é peculiar

Gosto de te olhar

Gosto das nuvens passantes

Desenhando sombras fantasmagóricas

Sobre telhados e todos os vales

Gosto das mansas brisas matinais

Gosto do teu eterno perfume das lezírias

Gosto de ver subir os nevoeiros matinais

Gosto dos montes e vales

Mesmo aqueles rasgados pelas autoestradas

Mantêm a sua primitiva beleza

Beleza sem fim

Da sua natureza naturalmente natural

 

Marcolino Duarte Osório

- Peregrino -

2011-03-16

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 08:25
sinto-me: feliz...!

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