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A Prostituta...
A Prostituta
É uma Mulher minha Amiga
Das outras Mulheres a sua diferença
É apenas estatutária dos Socialmente Corretos
Somos vizinhos
Engraçamos um com o outro
Porque nunca me meti com ela no que quer que fosse
Apesar do seu ar diferente principalmente de Verão
Longas pernas de gazela mais que bem torneadas
Encimadas por minissaia até às bochechas do rabiosque
Cintura bem abaixo do umbigo enfeitado com um discreto pearcing
Camisetas bem ousadas semitransparentes
Desafiando até para cego ver as rosetas das ousadas mamas
Pele bem morena sem marcas do seu minúsculo biquíni
Quando vai à praia é para se bronzear por completo
Cabeleira longamente loira e bem tratada
Umas vezes solta esvoaçando com as brisas das tardes de Verão
Outras apanhada com um laço negro formando um rabo-de-cavalo sedutor
Gosta de estar na esplanada do café próximo das nossas casas
Quando passo e a cumprimento desfaz-se em mil sorrisos
Paro e pergunto-lhe como está
Lá desfia o rosário das suas mágoas uma a uma em contos amargos
Sentado à sua frente mando vir o meu café e faço-lhe companhia
Entretanto já a mirei de alto a baixo sorrio-me e digo que está bué fixe
Levanta-se rodopia sobre os chinelos de praia e pergunta
Agora que já me mostrei toda que me diz deste corpinho
Meio corado meio titubeante lá a elogio como calha
Já fui melhor já fiz parar o transito e os homens andar à porrada
Hoje tenho 43 anos e quatro filhos dois rapazes e duas raparigas
Oh vizinha mas de quantos homens ... vizinha
Foda-se vizinho apenas de dois ... era o que me faltava agora...
Olhe que não se nota nada disse-o sem pensar noutra coisa
Já agora a vizinha quando é que faz anos
Sei cá apetecia-me fazer todos os dias
Mas a mesma festa todos os dias envelhecia mais depressa
Diga lá a sério
Mostrou-me o seu B.I. e reparei que seria dali a dois dias
Perguntei-lhe se tinha alguma coisa marcada para esse dia
Respondeu-me que não pois os filhos estavam todos fora e ela sózinha
Quer vir jantar comigo a este local
Oh vizinho e as mostrengas do bairro o que irão dizer de si
Não lhes devo nada nem elas a mim ... fogem de mim que parecem virgens...
Homessa vizinho essas gajas picam-se...
Dito e feito lá fomos festejar o seu aniversário
Escolhemos uma mesa recatada longe dos olhares escandalizados
O Peregrino com a maluca da Loirona... olha para aquilo...
Se calhar queimou os neurónios de tanto escrever... deu nisto...
Comemos bebemos rimos conversámos
Tudo isto acompanhado e apaladado com calão e palavrão
Oh vizinho não quer deitar um pouco de abono de família no comer
Oh mulher piri-piri para quê
Se ele já nem com uma pazinha de brasas se levanta ... até se deixa queimar
Olha para ele ... essa é nova para mim ... conte lá essa só para mim...
Rimo-nos a bom rir pois o jantar estava a chegar ao fim e o Borba também
Comida a sobremesa levantamo-nos e fomos até uma das varandas
Ela fumou os seus cigarros enquanto bebíamos os nossos uísques e o belo café
Porque não eu dar uma de fumador e fui comprar um maço igual ao dela
E desatei a fingir que fumava até que consegui aspirar o fumo para os pulmões
O vizinho fuma ou já fumou ... nunca o vi fumar ...
Só o faço em dias de festa como o de hoje
A noite estava bem cálida a lua luminosa em largo quarto crescente
Paguei a conta e fomo-nos sentar longe dos olhares indiscretos
Sentados no murete do jardim apanhar fresco até nos resolvermos ir para casa
A dela era a primeira e a minha 50 metros depois
Onde só consegui chegar no dia seguinte de sorriso de orelha a orelha
Já o sol ía quase no zénite olhei para trás lá bem para cima quase nos últimos andares
Numa das janelas sobressaía uma cabeleira loira num roupão vemelhão vivo
Marcolino Duarte Osório
- Peregrino -
2011-06-07