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Jun 11

 

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A Paleta da Pintora...

 

A paleta da Pintora

Não é só uma singela madeira

É o seu laboratório de Intenções

Onde Cada Bisnaga é um tubo de Ensaio

E a Paleta a Madre dos seus Anseios

Onde todas as Cores se misturam

Cores Puras misturadas dão belas Cores Mestiças

Para serem espalhadas numa Grande tela Branca

Maternidade aberta aos Sentimentos seus

Onde cada Cor é um filho seu

Feito Premeditado com Prazer e com Amor

Nascido dos seus mais puros sentimentos

A Paleta da Pintora

São os mais nobres Sentimentos seus

Há quem os aprecie genuínos sem comparações

Porque Sentimentos são Estados de Alma

Nunca Cópias daquilo que nos rodeia

Cópias outras cópias terão

A Paleta da Pintora minha Amiga

Conterá Genuinidade que só à Pintora Pertencerá

 

Marcolino Duarte Osório

- Peregrino -

2011-06-07

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 23:47
sinto-me: feliz...!!!

 

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A Prostituta...

 

A Prostituta

É uma Mulher minha Amiga

Das outras Mulheres a sua diferença

É apenas estatutária dos Socialmente Corretos

Somos vizinhos

Engraçamos um com o outro

Porque nunca me meti com ela no que quer que fosse

Apesar do seu ar diferente principalmente de Verão

Longas pernas de gazela mais que bem torneadas

Encimadas por minissaia até às bochechas do rabiosque

Cintura bem abaixo do umbigo enfeitado com um discreto pearcing

Camisetas bem ousadas semitransparentes

Desafiando até para cego ver as rosetas das ousadas mamas

Pele bem morena sem marcas do seu minúsculo biquíni

Quando vai à praia é para se bronzear por completo

Cabeleira longamente loira e bem tratada

Umas vezes solta esvoaçando com as brisas das tardes de Verão

Outras apanhada com um laço negro formando um rabo-de-cavalo sedutor

Gosta de estar na esplanada do café próximo das nossas casas

Quando passo e a cumprimento desfaz-se em mil sorrisos

Paro e pergunto-lhe como está

Lá desfia o rosário das suas mágoas uma a uma em contos amargos

Sentado à sua frente mando vir o meu café e faço-lhe companhia

Entretanto já a mirei de alto a baixo sorrio-me e digo que está bué fixe

Levanta-se rodopia sobre os chinelos de praia e pergunta

Agora que já me mostrei toda que me diz deste corpinho

Meio corado meio titubeante lá a elogio como calha

Já fui melhor já fiz parar o transito e os homens andar à porrada

Hoje tenho 43 anos e quatro filhos dois rapazes e duas raparigas

Oh vizinha mas de quantos homens ... vizinha

Foda-se vizinho apenas de dois ... era o que me faltava agora...

Olhe que não se nota nada disse-o sem pensar noutra coisa

Já agora a vizinha quando é que faz anos

Sei cá apetecia-me fazer todos os dias

Mas a mesma festa todos os dias envelhecia mais depressa

Diga lá a sério

Mostrou-me o seu B.I. e reparei que seria dali a dois dias

Perguntei-lhe se tinha alguma coisa marcada para esse dia

Respondeu-me que não pois os filhos estavam todos fora e ela sózinha

Quer vir jantar comigo a este local

Oh vizinho e as mostrengas do bairro o que irão dizer de si

Não lhes devo nada nem elas a mim ... fogem de mim que parecem virgens...

Homessa vizinho essas gajas picam-se...

Dito e feito lá fomos festejar o seu aniversário

Escolhemos uma mesa recatada longe dos olhares escandalizados

O Peregrino com a maluca da Loirona... olha para aquilo...

Se calhar queimou os neurónios de tanto escrever... deu nisto...

Comemos bebemos rimos conversámos

Tudo isto acompanhado e apaladado com calão e palavrão

Oh vizinho não quer deitar um pouco de abono de família no comer

Oh mulher piri-piri para quê

Se ele já nem com uma pazinha de brasas se levanta ... até se deixa queimar

Olha para ele ... essa é nova para mim ... conte lá essa só para mim...

 Rimo-nos a bom rir pois o jantar estava a chegar ao fim e o Borba também

Comida a sobremesa levantamo-nos e fomos até uma das varandas

Ela fumou os seus cigarros enquanto bebíamos os nossos uísques e o belo café

Porque não eu dar uma de fumador e fui comprar um maço igual ao dela

E desatei a fingir que fumava até que consegui aspirar o fumo para os pulmões

O vizinho fuma ou já fumou ... nunca o vi fumar ...

Só o faço em dias de festa como o de hoje

A noite estava bem cálida a lua luminosa em largo quarto crescente

Paguei a conta e fomo-nos sentar longe dos olhares indiscretos

Sentados no murete do jardim apanhar fresco até nos resolvermos ir para casa

A dela era a primeira e a minha 50 metros depois

Onde só consegui chegar no dia seguinte de sorriso de orelha a orelha

Já o sol ía quase no zénite olhei para trás lá bem para cima quase nos últimos andares

Numa das janelas sobressaía uma cabeleira loira num roupão vemelhão vivo

 

Marcolino Duarte Osório

- Peregrino -

2011-06-07

 

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 02:01
sinto-me: de sorriso se orelaha a orelha

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