Encontros...
Encontros
Sem data nem horas marcadas
Por vezes acontecem na minha vida
Estava tranquilo da vida
Distraído como sempre
Numa das Catedrais de Consumo de Lisboa
Alguém se colocou à minha frente
Parei
Olhei para o lindo rosto sereno e doce
Escutei que me pedia algo em voz baixa
O senhor dá-me um euro para ir ali comer
Olhando e apontando a zona dos cafés
Fiquei de coração coragem acelerado
Porque aquele sorriso tranquilo e macio
De algum lado indefinido já o conhecia
Entretanto reagi...
Estás sem comer desde quando perguntei
Hoje ainda não almocei estou sem dinheiro
Estás a enfiar-me uma grande tanga ripostei
É verdade ... estou cheia de fome
Abri o meu porta-moedas
Peguei numa nota de cinco euros dobrada a meio
Discretamente passei-lha para as mãos
Surpresa das surpresas como agradecimento
Veio um sereno obrigado e beijou-me as duas faces
Ela era linda e serena
E a pele da sua cansada cara macia como ricas sedas
Desejou-me felicidades
Desejei-lhe boa sorte
Viramos costas um ao outro
Antes de nos afastarmos por completo perguntei-lhe
Você por acaso chama-se Rita...
Olhou para mim serenamente e respondeu
Não ... chamo-me Madalena...
Acenamo-nos adeus com as nossas dextras
Encontros...
Marcolino Duarte Osório
- Peregrino -
2011-06-25