28
Fev 12

 

Tês mil velhotes morreram…

 

Três mil velhotes morreram

Só numa semana

Mas que horror dirão muitos de nós

Mas que alívio dirão os familiares

Mas que alívio dirá o Governo

Mas que bom dirão os gulosos Cangalheiros

A mim não me espanta

Porque a mim ainda não afectou

Porque quando a mim a Morte chegar

Serei um alívio para os meus familiares

Com gáudio para os do Governo

Para alegria dos Cangalheiros

Porque serei um entre muitos

A contribuir com a minha morte

Para o bem-estar das finanças de Portugal

Três mil velhotes morreram…

 

© M. Osorio

 - Peregrino -

  2012-02-28

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 20:03
sinto-me: a dizer: E agora...?!!!

23
Fev 12

 

Olhei esta fotografia…

 

Olhei esta fotografia

Lembrei-me do Meu Agora

Depois coloquei-me na minha posição

De quando fui bem mais novo

Em que fomos ensinados a amar e proteger

Todos quanto nos deram o Ser

Porque lá em Nossa Casa

Os Velhos eram para ser Escutados e Amados

Nunca por nunca fomos habituados abandonar

Os nossos ancestrais

Os Velhotes do nosso Bairro

Os Pobres

Os Remediados

Quiçá alguns dos Ricaços também…

Conheço Irmãos Pais e Avós do meu dia-a-dia

Que teimam em ser Antiquados

Tratando-se uns aos outros como Seres Humanos

Reconhecemo-los diariamente sem equívocos

Pelo Amor Fraternal Antiquadíssimo

Que se dedicam Incondicionalmente

E quando alguém não assoma à janela pela manhã

Logo todos se dão as mãos para lhe valer

Com seus gestos plenos de uma Partilha Humanizante

Depois veremos

Se não teria sido bem melhor

Reciclar esta Nova Vaga Desumanizante

Que nem a jovens interessa

Quanto mais aos seus ancestrais

 

© M. Osorio

 - Peregrino -

  2012-02-23

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 09:40
sinto-me: bem feliz!

19
Fev 12

 

Até sempre meu irmão…

 

Até sempre meu irmão

Não pude estar presente no aeroporto

Porque o frio apertava e a idade já pesa

Gostei de te receber nas Urgências do HSM

Gostei de seguir a tua recuperação

Gostei de passar o Natal contigo

Gostei de te ver feliz com o teu netinho

Olha

Gostei de gostar de te rever

Tiveste que regressar à nossa amada Angola

Mas levaste na bagagem saudades nossas…

 

© M. Osorio

 - Peregrino -

  2012-02-19

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 03:35
sinto-me: feliz por te ver bem melhor!

16
Fev 12

 

Gostei de te ver…

 

Gostei de te ver

Mas já nem me lembro bem de ti

Passaste bem pertinho de mim

Olhaste

Subiste aqueles degraus

Olhaste-me olhos nos olhos

Sem sorrir

Mal me pediste um cigarro

Dei-to

Olhei-te aquele rosto bem diferente

Teus olhos continuavam profundos

Tuas mãos esguias de unhas bem pintadas

Fizeram-me recuar dias atrás

 

© M. Osorio

 - Peregrino -

  2012-02-16

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 07:13
sinto-me: surpreendido...!

14
Fev 12

 

Hoje é o Dia dos Namorados…

 

Hoje é o Dia dos namorados

E se fosses minha Namorada

Dar-te-ia estes Bons-Dias

Como prova do meu amor por ti

Mas como nunca o fostes

Também tos darei

Em forma de reconhecimento

Pelas muitas alegrias que me tens dado

Convidar-te-ia para almoçarmos juntos

Conversarmos alegremente

Sairmos de mãos dadas junto à beira-mar

Olharmo-nos olhos nos olhos

Beijarmo-nos nas faces

Como reconhecimento reciproco

De um Amor impossivel

 

© M. Osorio

 - Peregrino -

  2012-02-14

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 11:55
sinto-me: bem feliz!

13
Fev 12

 

O Caçador de Coelhos…

 

O Caçador de Coelhos

Pegou na sua arma de dois canos

Mato fora se aventurou

Logo logo uma linda e pequenina toca viu

À sua portinhola bateu

Toc… toc… toc…

Dois coelhinhos pequeninos assomaram

Quando o viram logo se recolheram

O Caçador de bom coração

Foi-se embora à procura de tocas maiores

Olá disse ele

Aqui está uma bela toca

Toc… toc… toc…

Apareceram duas lindas criaturas

Marido e esposa

Coelhos evidentemente

Quando o viram ajoelharam-se

Suplicando que não os matasse

O Caçador de bom coração

Foi-se embora à procura de tocas maiores

Já quase a dsistir

Viu uma grande entrada para um grande Coelho

Suspirou de alivio

Pois não queria regressar a casa sem caçar

Toc… toc… toc…

Bateu ele à entrada da Grande toca

Não é que em vez de um grande Coelho

Veio de lá um Comboio … e matou-o…

 

© M. Osorio

 - Peregrino -

  2012-02-13

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 16:53
sinto-me: fumar charros...!

12
Fev 12

 

Fui ao Porto…

 

Fui ao Porto

Cheguei pelas 23 horas

Rumei de táxi até ao meu hotel

As luzes pelo caminho

Eram luzes diáfanas

Pelo nevoeiro que se sentia

Estava frio demais para me apear

Passear pelas ruas desertas

Que me fizeram recordar

Outros tempos

Outras e tantas e iguais noites

De certos invernos já passados

Que teimam em aparecer

Quanto o tempo não está de amores

 

© M. Osorio

 - Peregrino -

  2012-02-12

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 08:14
sinto-me: fantasma viajante...

06
Fev 12

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 10:49
sinto-me: que vamos amar o próximo!

02
Fev 12

 

 

Estranhamente…

 

Estranhamente

Aquele seu sorriso era bem diferente

Era daqueles sorrisos que inebriavam

Era um sorriso convidativo e sorridente

Para nos entregarmos sem reservas

Para nos darmos a conhecer

Despedidos por despidos de preconceitos

Para nos deixarmos mergulhar

Nas suas invisíveis quiçá diáfanas vestes

Aquele sorriso que nos encanta

Por ser um verdadeiro sorriso

Um sorriso vindo de Deus

Vestido pelas vestes da sua sorridente Verdade

Daquelas verdades profundas e verdadeiras

Estranhamente

Deixei-me enfeitiçar por aquele sorriso da Verdade

Que me pegava ao colo me embalava tranquilamente

Sem me estontear

Sem me fazer sair de mim

Sem me fazer falsear aquele momento de Verdade

Estranhamente

Fazendo de mim um Instrumento de Paz

Estranhamente

Todo o meu Ser deixou de ser mágoa

Para se tornar num Sorriso claro e sem fim

Porque da minha Solidão sem fim

A transformou na minha Felicidade sem Reservas

Estranhamente

 

© M. Osorio

- Peregrino -

2012-02-02

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 23:53
sinto-me: de coração coragem pleno...!

01
Fev 12

 

Está uma invernia…

 

Está uma invernia

Daquelas de gelar até aos ossos

Dei comigo a congelar

Lembrei-me de meu chá tomar

Fui à janela da cozinha

Olhei lá para fora

Corria um vento frio e seco

Daqueles de nos cortar as veias

Estremeci com dois esticões

Mas logo logo parei

Lembrando-me dos Sem-Abrigo

Maldita hora a deles

Por ali deitados nos cartões

Uns de estomago dorido

Por falta de alimentos

Outros sem vida já

Porque a Fome e o Gélido Frio

Suas Vidas se lembraram de lhes roubar

Olhei para os Céus

De mãos estendidas olhei todas as estrelas

Contei-as uma a uma lembrando-me deles

Qual delas a mais brilhante

Me dizia um adeus até mais ver

 

  M. Osório

- Peregrino –

2012-02-01

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 01:08
sinto-me: triste por quem abrigo não tem

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