Bateram à porta...
Bateram à porta
Estranhei mas fui abrir
Meus olhos olharam o belo dos teus
Sorrimo-nos
Entraste tranquilamente
Ajudei-te acomodar o trólei
Tua alegria invadiu novamente
Todo o meu ser
Por quanto tempo vais cá ficar
Olha…
É como costumas dizer
É até ficar cheia de ti
Tenho que fazer a cama de casal
Para quê tanto trabalho
Se continuas com as velhas insónias
Porque não dormirmos no sofá cama
Tu vais navegar pela nete
Eu viajarei na revisão do meu manuscrito
Quando te der a soneira
Olha…
Salta para o meu lado e faz-me companhia
Que estás para aí a escrever
Fica descansada que é lamechas
Sorriu-se acrescentando
Nada de fazer murchar as flores do parque
Suspirou
Voltei a dedilhar o velho teclado
Tentando coordenar as ideias
Dei comigo a cabecear com sono
Apenas o tique-taque do relógio de parede
Marcava o ritmo do tempo
Desliguei-me do que estava a fazer
Resolvi deslizar para junto dela
Acomodei-me lentamente para não a acordar
Suspirou serenamente
Murmurei muito baixinho
Oh que bom
Há muito tempo que não estávamos juntos
Marcolino Duarte Osório
- Peregrino -
2013-01-03