O mêdo de Morrer sozinho...
Tanto se especula com este facto
Fazendo-nos crer que é mesmo horrível
Só quem como eu
Por já ter sido acometido por doença súbita
Pode avaliar do sofrimento
Sim é verdade
Um problema cardíaco fez com que desmaiasse
Não sei por quanto tempo fiquei naquele estado
Fui acordando aos poucos
Corpo dormente e gelado
Cara e mãos da mesma forma
A pouco e pouco fui vendo que ainda existia
Minha pele parecia grossa e como cortiça
Mexia os olhos
Cansado pensava apenas em mim
Uma voz dentro de mim soou
Ordenando-me para que não entrasse em pânico
Voltei-me de barriga para baixo
Rastejei até ao meu quarto
A custo subi para a cama
Onde do intenso frio me resguardei
Meu corpo começo aquecer lentamente
Senti-me seguro e adormeci
Já o sol passara pelo zénite
Quando acordei lentamente
Todo o meu corpo doía principalmente o peito
Fui tomando consciência do que deveria fazer
(... ...)
Já na cama do hospital fui pensando no acontecido
Confesso que se tivesse morrido
Nem dor corporal teria sentido
Minha Alma estaria já do outro Lado
Meu corpo permaneceria apodrecendo no chão da sala
Até que alguém conta se desse...
(... ...)
Pelos relatos dos média perante estes casos
Sofre mais quem cá fica do que os que morrem sós
Sofrem mais porquê?!
Com o medo da Morte em Solidão
São desmesurados nas suas imaginações doentias
Pensado erradamente que morrendo acompanhado
Seja por quem for
O Sofrimento deixa de existir
Oh santinhos
Acordem para a Vida e deixem de ser medrosos
Marcolino Duarte Osório
- Peregrino -
2011-02-14