Hoje fui a uma Missa...
Calhou ser na Igreja aqui do meu burgo
Há anos que por lá não entrava
Já nem sabia como seria ir à Missa
Uns olhavam-me de soslaio
Sem saberem quem eu seria
Pois seus olhos jamais me haviam visto
Outros sorriam-se prazenteiramente
Como quem diz
Este nosso Irmão regressou às Orações
Como já sou entradote
Lá consegui um lugar mesmo à frente
Mais por comodidade do que por devoção
Levanta
Senta
Até chegar a a Santa Pregação
Sempre tive dificuldades mil em escutar
Gente monocórdica
O senhor Padre monordicou de tal forma
Que levei uma valente cotovelada
Para acordar da minha soneca
Com direito a ronco como música de fundo
Do Santo Discurso Eclesial
Chegados à Sagrada Eucaristia
Lá me coloquei numa das filas
Para comungar em Pecado Mortal
Segundo os rituais da minha religião
Deus castigar-me-ia
Se comungasse sem meter confessado
Comunguei serenamente e regressei ao meu lugar
Aqueles minutos de meditação
Entrecortada pelas tossicadelas de alguns Fieis
Deram-me a saber muita coisa
Entre elas uma deveras importante
Ficou-me bem mais caro ter ido à Missa
Do que entrar num boteco qualquer
Onde o café me custaria 50 cêntimos
E a minha Oblata foi de 1 Euro...
Cogitava assimetricamente nesta dualidade
Quando escutei minha Voz Interior
Aqui tens o castigo Por teres Comungado em Pecado...
Suspirei preocupadíssimo com este facto
Querem lá ver que Deus
Aprendeu com o Sócrates a castigar-nos com Impostos...
Marcolino Duarte Osório
- Peregrino -
2011-02-21