27
Out 12

 

A hora vai mudar…

 

A hora vai mudar

Meus dois relógios

O de parede e o de pulso

Ao dar-lhes corda

Aos seus dois ponteiros movimentei

Para as suas novas posições

Não tenho que me preocupar

Com os outros dois relógios

O deste computador

E o do meu Televisor

Esses serão actualizados automaticamente

Não são relógios meu corpo e min’ alma

Estão sempre síncronos em tempo

Na hora disto daquilo daqueloutro

São um todo sem ponteiros de marcar horas

Minha vida não regride nem avança

Meu coração bate-bate

Ou docemente

Ora intranquilo

Ou inconformado por não ser amado

Ora síncrono com os demais

No bater do seu dia-a-dia

Mudanças horárias nele

Parece nunca terem existido

Foi o inexorável Tempo

Que dele se apoderou

Em cansaço e tristeza

Olho-o com doce carinho

Positivo-o a prosseguir

Mimo-o

Acaricio-o

Encho-o de afectos

Animo-o a prosseguir

Ele olha-me pleno de cansaço

Exausto pedindo-me complacência

Com medo de me ofender

Vá lá coração pleno de amor Peregrino

São apenas mais umas etapas

Algures mais umas metas volantes

Não desistas agora que há ainda muito para viver

Ainda há muito amor para dares e receberes

Tantos afectos reprimidos

Que tens de os soltar agora

Quantos rostos não receberam o teu beijo

Quantas lágrimas deixariam de rolar com o teu amor

Quantos abraços não deste reprimindo-te

Anda

Não voltes a inibir-te

Deixa teu corpo redopiar na melodia da tua alma

Não pares

Não te tornes programável

Não tens que adiantar nem atrasar a tua hora

Estarás sempre a tempo se agires

A hora vai mudar…

 

Marcolino Duarte Osório

       - Peregrino -

        2012-10-27

 

 

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 23:13
sinto-me: na mudança da minha hora...!

14
Ago 12

 

Estou carente…

 

Estou carente

Meditabundo dei comigo a divagar

Num mundo bem diferente

Naquele mundão de afectos

Que as crianças

Que as mulheres

Que os jardineiros

Dão às flores

Flores que cheiram docemente

Flores que acariciam com afectos

Flores que colhem com delicadeza

Para que as suas mãos ofertem

A quem mais amam

A quem menos desejem ver carentes

Numa lufada de afectos renovados

Estou carente

 

© M. Osorio

 - Peregrino -

  2012-08-14

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 08:27
sinto-me: venham lá os afetos...!
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19
Mar 12

 

Hoje é o Dia do Pai…

 

Hoje é o Dia do Pai

Acabei de chegar de uma visita

Fui ver abraçar e dar ânimo

A um preso de delito invulgar

Detido há alguns meses

Na Penitenciária de Lisboa

Ele é filho de um velho Amigo

Mas o facto de estar preso

Nunca teve importância para mim

Encontrei à entrada

Seus pais e sua mulher e os dois filhos

Cumprimentei-os

E aguardei em silêncio pela minha vez

Para dar a este Preso por Delito Invulgar

O meu Abraço Solidário bissemanal

Aquele Grande Abraço que aos Amigos não se nega

Aquele Grande Abraço pleno de Afectos

Aquele Grande Abraço que só alguns conseguem dar

Porque não olham às circunstâncias

Porque aos Grandes Amigos foram sempre Fieis

Porque as Grandes Amizades desconhecem barreiras

Chegada a minha vez de lhe dar o meu Grande Abraço

Olhamo-nos olhos nos olhos

Os dele estavam marejados de lágrimas incontidas

Com os meus olhos incutia-lhe Confiança e mais Paz

Fora condenado sem provas concretas

Erros Judiciais vulgarizaram-se

Os seus advogados trabalhando afincadamente

Estão cientes de que ele será reavaliado e absolvido

E que o verdadeiro culpado será encarcerado

Segredou-me que ali dentro se apercebera dos Amigos

Concluiu que alguns Familiares o tornaram Proscrito

Todos viraram costas

Todos o tinham abandonado

Dei-lhe mais um abraço bem apertado

Retirei-me para que ficassem em Família no Dia do Pai

Hoje é o Dia do Pai…

 

© M. Osorio

 - Peregrino -

  2012-03-19

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 18:33
sinto-me: Um Pai e um Amigo bem Feliz..!

17
Mai 11

 

 

Esta noite falei com Deus...

 

Esta noite falei com Deus

Porque me viu preocupado

Mais do que isso

Achou-me invulgarmente triste

Perguntou-me porque assim estava

Chorei-lhe dos meus amores impossíveis

Suspirou lentamente

Olhou-me olhos nos olhos

Envolveu-me com o seu doce abraço

E disse-me

Meu querido Peregrino

Ele há milagres que jamais poderei operar

Porque só os aceitarão de vontade aberta

Todos aqueles que a isso estiverem predispostos

Vamos lá por partes

Será que estas a amar quem amar não te deseja

Solucei-lhe que sim

Então meu Bom Homem

Coloca-te no lugar de quem amar não te quer

E olha bem o sofrimento que lhe vai na Alma

Sofrimento também espelhado no seu doce rosto

Medita bem se desejavas sentir-te desta forma

Sofrer porque te querem obrigar ao que não desejas

Um forte arrepio percorreu meu velho corpo

Senti-me mal da cabeça aos pés

Meu corpo estremeceu do novo

Sacudido fortemente pelo sentimento da rejeição

Agarrei-me a Ele e pedi-lhe então para me ajudar

Que fizesse em mim o Milagre do Amor Verdadeiro

Sabes o que me estás a pedir questionou-me

Não sei mas pressinto que seja o melhor para mim

Vou dar-te o Dom de te amares acima de tudo e todos

Amando-te assim desta forma Divina

Jamais voltarás a sentir vontade de amar

Quem amor não sente por ti

Sentir-te-ás um bem amado por ti mesmo

A tal ponto isso te acontecerá

Que de bens e pessoas jamais necessidade voltarás a sentir

 

Marcolino Duarte Osório

- Peregrino -

2011-05-17

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 05:46
sinto-me: de coração pleno de felicidade

16
Jan 11

 

Ao folhear minhas memórias...

 

Dei com esta fotografia

De um Templo daqueles tempos

Já passados

Eu e a minha filhotinha mais nova

Reguilita como só ela

Crescia em afetos comigo

Desafiava-me sempre que lhe apetecia

Corria à minha frente

Rindo alto de felicidade constante

Sempre tivemos um segredo mútuo

Falávamos em silencio um com o outro

Bastava-nos trocarmos olhares

Sabíamos aquilo que queríamos

Como estás bem longe

Resolvi fazer este post

Alusivo ao nosso anterior Tempo

Daquele Tempo

Do Tempo dos nossos tempos já idos

De uma das páginas das nossas memórias

 

Marcolino Duarte Osório 

- Peregrino -

2011-01-16

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 01:14
sinto-me: que te amo cada vez mais...!

22
Dez 09

O Menino a quem mataram o seu Avô!

 
Confesso que estaria sem tema para hoje, caso não tivesse estado presente numa festa de Natal para crianças.
 
Fui lá, a pedido de um grande Amigo, que está proibido de ver, e contactar, com o seu netito.
 
Levei-lhe umas prendinhas, como se minhas fossem. Levei-lhe carinhos e afectos meus, como se do seu avô fossem!
 
A dada altura este menino, veio ter comigo e perguntou-me se eu não tinha visto o seu avô Marcus. Surpreendido com a sua pergunta fiz-me desentendido e peguei-lhe numa das suas mãozitas e coloquei-a entre as minhas.
 
Fi-lo ver que eu era apenas um amigo daquelas crianças todas. Que a todas elas dedicava o meu carinho e a minha boa disposição mas, naquele dia, vi-me a comprar os dois presentes que lhe havia entregue porque, como avô, também desejava vê-lo muito feliz com prendinhas dos avós, como todos os outros meninos ali daquela Escolinha, estavam.
 
Pedi-lhe para que me falasse deste seu avô.
 
Respondeu-me que era de muito longe, que o tinha visto duas vezes, mas depois deram-lhe a saber que aquele avô tinha morrido, como acontecera ao outro avô, pai do sei pai.
 
Olhando minhas duas mãos, acariciando-as uma a uma, com as suas pequenitas e doces mãos disse-me: Ele era como tu. Tinha as mãos muito grandes e assim peludas, e também não tinha anéis, como tu também não usas.
 
Olha, Gonçalito, não fiques triste porque Deus já levou o teu Avozinho. Ele há tantos meninos que já ficaram sem os seus avós, mas são muito felizes à mesma, como se os nunca tivessem perdido.
 
Oh senhor, oh senhor Peregrino, eras capaz de me pegar ao colo como fazia o meu avô Marcus?
 
Olha, eu já estou muito velhote e as minhas forças não são iguais às do teu avozinho Marcus. Mas olha, dá-me a tua mão e vamos dar uma volta pelo jardim desta escolinha.
 
Sentamo-nos num dos bancos do jardim. Estava frio, mas não chovia. Olhei-lhe aquele lindo rosto calmo, sereníssimo e bondoso, enfeitado por dois lindos olhitos, muito meigos, tal-qualmente são os olhos do seu «falecido» avô, e quedamo-nos em amena conversa até nos virem chamar para o lanche.
 
À saída pediu-me que voltasse no dia seguinte para lhe contar as minhas aventuras, feitas de historinhas, com dois animais: Um cãozinho e um gatinho.
 
Respondi-lhe que sim, caso os meus velhos ossos assim mo permitissem, pois já estavam muito cansadotes para aguentar tanto frio.
 
Dissemo-nos adeus com abas as mãos. Ao sair pelo portão, olhei para trás, e lá estava ele, de ar muitíssimo ausente, já à espera do tal avô de empréstimo, em que me havia tornado, a seu desejo!
 
Gonçalito, até um dia destes, talvez quando os dias estiverem mais de feição, o sol mais quente, e os corações menos duros.
 
Um beijinho para ti!
 
 Marcolino Duarte Osório
- Peregrino -
2009-12-22
 
publicado por Marcolino Duarte Osorio às 10:24
sinto-me: Feliz Natal, Gonçalinho!

20
Out 09

Prendas belíssimas...

 
Flores e Livros
Duas prendas d' encantar
Sempre gostei de as receber
Ainda as sei ofertar
Gosto de oferecer flores do campo
Daquelas singelas e espontâneas
Dizem tudo de mim
Livros
Para quem muito lê
É um deitar-me adivinhar
Prefiro isto sim
Pegar num papel e lápis
Rabiscar palavras assimétricas
E dizer a quem flores ofereço
Que em cada pétala colorida
Plena de perfumes silvestres
Existe o calor dos meus afectos
 
Marcolino Duarte Osório
- Peregrino -
2009-10-21
 
publicado por Marcolino Duarte Osorio às 23:18
sinto-me: Um ser de afectos...!
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