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Perfumes da madrugada…
Perfumes da madrugada
Generosos e plenos
Das palhas secas das mondas
Repousando assimétricas
Molhadas pelas lágrimas da madrugada
Invadiram todo meu ser
Do húmido acre do amarelo intenso
Das mondas do final deste verão
Deixo todos estes melodiosos cheiros
Invadirem toda a minha mansão
Abrindo de par em par
Todas as janelas
Todas as portadas
Do meu corpo
Da minha alma
Voltadas para as lezírias de loures
Dos meus olhos duas lágrimas rolaram
Soltas pela saudade das anharas angolanas
Aqui e ali pontuadas pelos imbondeiros
Olho sem as ver
Nelas navego até lá longe
De olhos semicerrados
Até onde a minha saudade pode alcançar
Mais do que o alcance do meu olhar
Moram os perfumes desta cálida madrugada
Que me entram pelas narinas
Que me fazem estremecer
Que me fazem renascer
Lá bem fundo de todo o meu ser
Quentes
Húmidas
Acres
Verdadeiras
Como as anharas da minha doce Angola
Plenas da Vida da Mãe Natureza
Saudades que perdurarão na minha alma
Perfumes da madrugada…
Marcolino Duarte Osório
- Peregrino -
2012-09-22