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Jan 11

 

Amas Gémeas...

 

Encontraram-se

Olharam-se

Sentiram aquele clique

Digno das Almas Gémeas

A Alma dele sentiu-se acordada

A Alma dela tremelicou as pestanas

Ambas as Almas se deram a conhecer

Juntaram-se ternamente

Fizeram múltiplas juras de amor

Tal foi a sua Força de Amar

Que três lindas Alminhas deles nasceram

Aquelas três Alminhas iam crescendo

Cuidadas diariamente

Quer pela Alma dele

Quer pela Alma dela

As Alminhas iam amadurecendo

Crescendo em abundância de afetos

Todas as três seus novos Caminhos seguiram

Um dia

A Alma dela chegou a casa meio exausta

Papeis desalinhados numa das mãos

Nem um beijinho à Alma dele se lembrou de dar

Entregou-lhe todos os papeis atabalhoadamente

Para que a nobre Alma dele os lesse e assinasse

A Alma dele ficou perplexa com o que lia

Virou-se para a Alma gémea e perguntou-lhe

Oh meu amor feita Alma Gémea da minha

Que te deu para de mim te divorciares

A Alma dela

Olhando-o com a franqueza de gente medrosa

Respondeu-lhe que que se havia enganado

Finalmente havia descoberto

Que a Alma dele não seria assim tão gémea da dela

Por isso pegando em armas e bagagens

Resolveu mudar-se para outras bandas

Deixando toda uma vida de mentira

Que até ali havia levado

Com a bondade e conivência da sua Alma Gémea

Os anos passaram lestos

Hoje encontrei a Alma que protagonizou esta história

Convidei-a a tomar um café sentados à beira-rio

Falou-me de si e dos netos

Disse-lhe de mim e de todo o meu trajeto

Que a meio do meu percurso resolvera mudar de trem

Porque bem vistas as coisas com a fome de liberdade

Com o meu casamento nunca me havia dado lá muito bem

Ela riu-se

Tremelicou muito as pestanas

Senti-me audaz

Convidamo-nos de olhares profundos um no outro

A desfrutar uma noite de frio Inverno

Manhã cedinho mal acordei dei comigo sozinho

Mas num quarto que não era o meu

A meu lado apenas um lugar vazio e perfume de mulher

Um bilhete jazia em cima da almofada a meu lado

Coloquei os óculos

Pensativo li-o entristecido

Passei pela receção para pagar a conta

Estava já saldada

Apanhei um táxi rumo a casa meio pensativo

Olhando vagamente a paisagem que deslizava a meu lado

Uma voz de mulher perguntou-me

É aqui que o senhor fica...

Aquela voz era-me familiar

Acordei sobressaltado

Abri novamente os olhos

Afinal nem tinha saído de casa na véspera

Adormecera na sala de estar

E acabei por sonhar com esta estorinha

 

Marcolino Duarte Osório 

- Peregrino -

2011-01-13

publicado por Marcolino Duarte Osorio às 23:56
sinto-me: contador de estórias...!

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