Porquê um Adeus...
Porquê um adeus
Se nada ainda terminou
Foi apenas uma mudança de data
Foi apenas mais um ano
Foi apenas mais um dia
Como todos os dias acontece
Ao Sol poente
Acontecem encontros de amor
Lá vem a Lua indiscreta e sensual
Com seu piscar de olhos e sorriso misterioso
Avisar-nos que chegou a hora de voltarmos a amar
Corpos enlaçados suados e cansados
Abandonam-se sob o manto do céu estrelado
Aqui e ali riscado por estrelas cadentes
Bom augúrio para os belos amantes
As folhas do calendário
Nunca se refazem apenas são deitadas fora
As noites de grandes amores
Jamais se deitam fora
Apenas se refazem em pleno dia
Para ao brilhar das primeiras estrelas
Regressarem à volúpia dos abraços
Dos eternos amantes enlaçados suados e cansados
Voltando a amar-se sob o manto do céu estrelado
Até que o Rei Sol reapareça e as estrelas se escondam
Senti-me recortar teus lábios com os meus
Senti nos teus o calor do nosso desejo
Enlacei-te com vontade de te amar profundamente
Vacilaste
Cingi-te mais a mim
Afastaste-me
Deixei de sentir teus firmes e doces seios no meu peito
Nossos lábios se afastaram
Teus dedos dos meus se largaram
Dos meus olhos grossas lágrimas rolaram
Meu Deus
Porquê um adeus assim tão desesperado
Se nada ainda terminou
Para mim foi a redescoberta do amar alguém
Será que para ti foi apenas uma aventura
Medo da redescoberta da mudança da noite para o dia
Marcolino Duarte Osório
- Peregrino -
2013-01-01