No Dia dos Namorados…
No Dia dos Namorados
Porque não haveria de estar contigo
Tens morto a minha solidão
Tens-me dado afectos
Tens-me equilibrado sexualmente
Desejas andar de todos escondida
Porque a todos os homens pertenceste
Sei muito bem quem foste
Porque foi nesse mundo que te conheci
Foi nas noitadas de Lisboa
Que nos apaixonamos
Comemos sardinha assada
Bebemos copos de tinto
Riamo-nos felizes da vifa
Nos dias de calor
Acordava-mos separados
Nos dias de frio bem agarradinhos
Já lá vai tempo em que foste aguerrida
Hoje procuras em mim a tua segurança
Ai de quem pense em ousar intrometer-se
Entre ambos
Tu continuas a reagir como fêmea protectora
E eu como se teu amo e senhor o fosse
Adoraste-me logo de início
Porque te apareci sem passado atrelado
Manterás segredo do teu passado
Se assim o entenderes
Porque ainda não fizeste dele a tua Tatuagem
Acho-te engraçada e ladina
O teu corpo já foi peça de cristal na montra da Vida
Hoje está velho e cansado de tanto ter sido usado
Buscamo-nos um ao outro não sabemos o porquê
Mas que nos sentimos bem lado a lado
Comendo broa com sardinha e chouriço
Regada com a vinhaça da casa
Sentados numa das mergens do Tagus
Essa é a grande verdade
Já agora explica-me
No Dia dos Namorados
Porque não haveria de estar contigo
Marcolino Duarte Osório
- Peregrino -
2013-02-11