Está uma invernia…
Está uma invernia
Daquelas de gelar até aos ossos
Dei comigo a congelar
Lembrei-me de meu chá tomar
Fui à janela da cozinha
Olhei lá para fora
Corria um vento frio e seco
Daqueles de nos cortar as veias
Estremeci com dois esticões
Mas logo logo parei
Lembrando-me dos Sem-Abrigo
Maldita hora a deles
Por ali deitados nos cartões
Uns de estomago dorido
Por falta de alimentos
Outros sem vida já
Porque a Fome e o Gélido Frio
Suas Vidas se lembraram de lhes roubar
Olhei para os Céus
De mãos estendidas olhei todas as estrelas
Contei-as uma a uma lembrando-me deles
Qual delas a mais brilhante
Me dizia um adeus até mais ver
M. Osório
- Peregrino –
2012-02-01