Olho este copo…
Olho este copo
Com vontade de o ver cheio
Não de água nem de vinho
Mas sim de muitas moedinhas
Para que ao final deste dia
Ao regressar à minha barraca
Possa comprar uma malga de sopa
Meio pão do Alentejo
E assim aconchegar meu vazio estômago
Passam tantos e tantos por mim
Uns olham-me com nojo
Outros com desdém
Outros apenas me ignoram
Mas entre tantos milhares de passantes
Há sempre uma alma bondosa
Que me acorda da letargia
Lançando para dentro deste copo vazio
Uma pequenina moedinha castanha
Sempre bem-vinda
Sempre bem recebida
Que me faz antever a minha satisfação
De poder tomar uma sopinha
E rilhar pão do Alentejo
Marcolino Duarte Osório
- Peregrino -
2013-03-13