O local desta minha recordação, com 8 anos de idade, era ao
longo deste grande muro, dentro de água na baixa-mar que eu
fazia o caminho da Escola Pedro Elexandrino a té minha casa.
«Imagem recolhida na nete»
Da Escola Pedro Alexandrino até minha casa...
Da Escola Pedro Alexandrino até minha casa
Era uma paródia pelo caminho mesmo indo sozinho
Mal acabavam as aulas eram horas de se almoçar
Descia até à baía quando estava baixa-mar
Sandálias atadas uma à outra em volta do meu pecocito
A sacola de pano azul com um nó na grande pega
Encurtada para quando me debruçasse não ficasse molhada
Quem bom que era depois de uma intensa manhã de aulas
Poder andar a chapinhar pelas cristalinas mornas águas
Onde me esquecia por completo do bê-à-bá e das frações
Chapinhava com o imenso prazer de amar a mãe Natureza
Queria muito ver os peixinhos prateadinhos pequeninitos
Ali mesmo em volta dos meus pezitos senti-los de verdade
Parecia que me picavam a pele dos pés saudando-me assim
Quando era época da sardinha oh Céus então era uma farra
O Sarrajão atacava as sardinhas que fugiam para terra
Então eu muito nervoso para não perder uma única sardinha
Do meu chapéu de palha fazia cesto para apanhar sardinhas
Trepava de novo o muro da baía e corria para casa
Moravamos no bairro do C.F.B. da Igreja da Arrábida
A família já estava à mesa muito agastada com o meu atraso
Ingenuamente entrava sala adentro descalço e desalinhado
Chapéu de palha pingando água salgada para o chão
E com muita risada de alegria mostrava um montão de sardinhas vivas
Que de tão vivas estarem saltavam para cima da mesa e para o chão
Perante tanta alegria e ingenuidade meus pais calavam-se
Minha mãezinha dava-me um beijo e mandava-me lavar as mãos
Ou melhor dizendo tomar banho da cabeça aos pés
Marcolino Duarte Osório
- Peregrino -
2011-05-22