Olhei-te hoje...
Passados quase uma vintena de anos
Nessa altura tinhas o rosto sem sulcos
Até hoje deixaste-o sulcar pelas tristezas
Olhei tuas nãos
Nessa altura doces e macias como veludo
Hoje deixaste-as descurar até envelhecerem
Toquei-as ao de leve olhando-te nos olhos
Permitiste-me que nelas tocasse
Entre minhas mãos as aqueci
Fizeste-me um doce sorriso
Em vez dos teus outrora lindos lábios
Beijei ao de leve tuas martirizadas mãos
Que ainda conservam a sua doce macieza
Não te dei a saber nada
Nossos olhos se falaram como dantes o faziam
Senti teu olhar descansar
Pedindo-me tranquilamente para me ausentar
Olhei-te hoje
Que Deus te proteja sempre
Marcolino Duarte Osório
- Peregrino -
2011-01-06